Prezado aluno,
Neste estudo de texto, apresentamos-lhe um conhecido
poema de Camões e fazemos sua interpretação para, em seguida, explicamos alguns
elementos da estrutura do texto poético, notadamente: o verso, a rima e a
estrofe.
Nosso foco aqui é oferecer informações e conteúdos
a você.
Leitura poema
O primeiro passo é ler o poema, com atenção.
Para dar significado à leitura, é muito importante interpretar o texto.
Nesse poema, conta-se brevemente a história do pastor Jacob, que servia a um homem chamado Labão, porque pretendia ganhar, como recompensa, a mão de sua filha Raquel. Jacob trabalhou para Labão durante 7 anos, esperando ansioso pelo dia do matrimônio com sua amada Raquel. Porém, Labão enganou Jacob e deu-lhe em casamento sua outra filha, chamada Lia.
Vencido pela artimanha de Labão, Jacob dispôs-se a servi-lo por mais 7 anos, para casar-se com Raquel. Ao final do poema, o pastor afirma que, por amor a Raquel, estaria disposto a servir por muito mais tempo. Porém, como a vida humana é curta, tempo nenhum seria tão longo quanto seu amo. Com isso, ele quer dizer que uma vida inteira de servidão não pagaria o tamanho do amor que sentia por Raquel.
É provável que você conheça a história que inspirou Camões a escrever esse poema. Ela pode ser encontrada no Livro de Gênesis, versículos de 20 a 27. Confira:
Estrutura do poema
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assim negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida;
começa de servir outros sete anos,
dizendo: ‒ Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida.CAMÕES, Luís Vaz de. Para tão longo amor tão curta a vida: Sonetos e outras rimas. Editora FTD: São Paulo, 1998. P.37.
Interpretação do poema
Nesse poema, conta-se brevemente a história do pastor Jacob, que servia a um homem chamado Labão, porque pretendia ganhar, como recompensa, a mão de sua filha Raquel. Jacob trabalhou para Labão durante 7 anos, esperando ansioso pelo dia do matrimônio com sua amada Raquel. Porém, Labão enganou Jacob e deu-lhe em casamento sua outra filha, chamada Lia.
Vencido pela artimanha de Labão, Jacob dispôs-se a servi-lo por mais 7 anos, para casar-se com Raquel. Ao final do poema, o pastor afirma que, por amor a Raquel, estaria disposto a servir por muito mais tempo. Porém, como a vida humana é curta, tempo nenhum seria tão longo quanto seu amo. Com isso, ele quer dizer que uma vida inteira de servidão não pagaria o tamanho do amor que sentia por Raquel.
É provável que você conheça a história que inspirou Camões a escrever esse poema. Ela pode ser encontrada no Livro de Gênesis, versículos de 20 a 27. Confira:
Casamento com Lia e Raquel
20 Jacó serviu sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, de tanto que era seu amor por ela. 21 Depois, Jacó disse a Labão: “Dá-me minha mulher, pois completou-se o prazo para casar-me com ela”. 22 Labão reuniu todos os homens do lugar e ofereceu um banquete de casamento. 23 Chegada a noite, tomou sua filha Lia e levou-a a Jacó, que se uniu a ela. 24 Labão deu a escrava Zelfa à sua filha Lia para servi-la.
25 Ao amanhecer, Jacó viu que era Lia, e disse a Labão: “Que é isso que me fizeste? Não te servi por Raquel? Por que me enganaste?” 26 E Labão respondeu: “No nosso meio não se costuma dar a filha mais nova em casamento, antes da mais velha. 27 Termina a semana nupcial com esta, e depois te será dada também a outra, pelo serviço que me prestarás por mais sete anos”.BÍBLIA SAGRADA. Tradução oficial da CNBB. 2. ed. 2019. p 59.
"Jacob com as filhas de Labão", 1787, Louis Gauffier (Pintor neoclássico francês, 1762-1801), óleo sobre tela, 100 x 138 cm, Museu do Louvre, em Paris / França |
"Jacob repreendendo Labão", 1627, Hendrick Jansz ter Brugghen (ou Terbrugghen, Pintor barroco holandês, 1588-1629), óleo sobre tela, National Gallery, London |
Estrutura do poema
A parte mais importante da leitura de um poema é a compreensão da mensagem que ele contém e a percepção da beleza materializada no arranjo das suas palavras. A sonoridade das palavras e o ritmo dos versos são elementos pelos quais a beleza poética se materializa, aproximando a poesia da música. Por isso, como estudantes, é bom sabermos um pouco sobre a estrutura do texto poético, para podermos perceber melhor os elementos rítmicos e musicais utilizados.
Observe que o poema tem uma estética particular. Seu texto não é escrito de modo a ocupar a linha inteira do papel. Essa disposição das palavras constitui um elemento rítmico chamado verso.
Por meio do verso, sinaliza-se o ritmo da leitura, pois, ao final de cada verso, faz-se uma pausa, como se ali houvesse uma vírgula. Essa forma de disposição (o verso) é muito importante porque nem sempre há pontuação sistemática nos textos poéticos. Então, o verso serve de orientação para a leitura.
Cada verso corresponde a uma linha do texto poético. Então, para saber quantos versos compõem um poema, basta contar a quantidade de linhas que ele ocupa.
Vamos, então, retomar o poema e contar os seus versos?
O poema em estudo tem, portanto, 14 versos.
Outro elemento que imprime ritmo e musicalidade ao poema são as rimas. Nem todos os poemas possuem rimas, mas, quando as há, o ritmo fica mais explícito e a leitura torna-se mais melodiosa. Você sabe o que são rimas, não sabe?
Rima é a coincidência de sons ao final de palavras. Nos textos poéticos, é comum que as rimas ocorram ao final dos versos. Vejamos as rimas no poema em estudo:
Essa quantidade de versos e estrofes em um poema leva-nos a classificá-lo como soneto, mas isso é matéria para outra aula.
Observe que o poema tem uma estética particular. Seu texto não é escrito de modo a ocupar a linha inteira do papel. Essa disposição das palavras constitui um elemento rítmico chamado verso.
Por meio do verso, sinaliza-se o ritmo da leitura, pois, ao final de cada verso, faz-se uma pausa, como se ali houvesse uma vírgula. Essa forma de disposição (o verso) é muito importante porque nem sempre há pontuação sistemática nos textos poéticos. Então, o verso serve de orientação para a leitura.
Cada verso corresponde a uma linha do texto poético. Então, para saber quantos versos compõem um poema, basta contar a quantidade de linhas que ele ocupa.
Vamos, então, retomar o poema e contar os seus versos?
O poema em estudo tem, portanto, 14 versos.
Outro elemento que imprime ritmo e musicalidade ao poema são as rimas. Nem todos os poemas possuem rimas, mas, quando as há, o ritmo fica mais explícito e a leitura torna-se mais melodiosa. Você sabe o que são rimas, não sabe?
Rima é a coincidência de sons ao final de palavras. Nos textos poéticos, é comum que as rimas ocorram ao final dos versos. Vejamos as rimas no poema em estudo:
Observe, agora, que os versos estão agrupados. O agrupamento de versos é chamado estrofe. O espaçamento (linhas linhas em branco) permite contar facilmente as
estrofes em que o poema foi distribuído. Confira:
Basta contar, para perceber que o poema é constituído de 4 estrofes. A primeira e a segunda estrofe são formadas de 4 versos cada; a terceira e a quarta estrofe são formadas de 3 versos cada.
Basta contar, para perceber que o poema é constituído de 4 estrofes. A primeira e a segunda estrofe são formadas de 4 versos cada; a terceira e a quarta estrofe são formadas de 3 versos cada.
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Essa quantidade de versos e estrofes em um poema leva-nos a classificá-lo como soneto, mas isso é matéria para outra aula.
Vocabulário
Conheça o significado de algumas palavras empregadas no texto cujo uso é menos comum. Essas informações podem ajudar você a interpretar o poema de maneira mais abrangente.
- serrano: relativo ou originário das serras (ou montes). No poema, informa-se que Raquel é vive em uma região de serra.
- prêmio: retribuição, recompensa. No poema, diz-se que Jacob trabalhou como servo para Labão, esperando receber em troca a mão de sua filha Raquel. Ela seria seu prêmio, sua recompensa pela servidão voluntária.
- cautela: precaução, atitude tomada para prevenir a ocorrência de algum problema ou algum transtorno. No poema, diz-se que o pai entregou a filha mais velha para preservar o costume de sua tribo.
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